Violência faz Médicos Sem
Fronteiras suspender atendimento próximo a Damasco
- 02/05/2017 13h17
- Cairo
Da
Agência EFE
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou
nesta terça-feira (2) que vai descontinuar seu atendimento médico na região de
Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, onde dois hospitais foram atacados
recentemente durante enfrentamentos entre facções armadas. As informações são
da agência EFE.
Em comunicado, a organização explicou que adotou
esta medida "até que sejam dados sinais claros de que as partes em
conflito respeitarão as instalações médicas".
A MSF explicou que no sábado (29) 30 milicianos
mascarados invadiram o hospital de Haza, em Ghouta Oriental, para resgatar
alguns feridos internados no local, e levaram uma ambulância. A alguns
quilômetros dali, outro centro médico, em Aftiris, foi alvo de disparos durante
dois dias, por conta dos enfrentamentos em seus arredores, e a equipe médica
ficou encurralada.
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A Médicos Sem Fronteiras disse que foi impossível
recuperar os feridos, inclusive aqueles que estavam nas proximidades do lugar.
A ONG disse que as informações que recebeu dos médicos no local denunciam
"graves incidentes" entre 29 e 30 de abril, quando grupos armados
opositores não mostraram qualquer consideração pela situação dos pacientes, as
instalações médicas e sua equipe.
Exigências
"Em nome dos médicos que apoiamos, a MSF
condena nos termos mais enérgicos a incursão armada a um centro de saúde por
parte de pessoas mascaradas, a intimidação dos trabalhadores e a captura de uma
ambulância", disse a diretora de Operações da MSF para a Síria, Brice de
la Vigne.
Ela afirmou que a ONG está em contato com as
facções que operam em Ghouta Oriental para transmitir suas demandas e sua
decisão de suspender o apoio médicos na região. Entre as exigências da MSF
estão: deixar doentes e feridos fora do conflito; permitir a evacuação de
pacientes e médicos; facilitar o transporte sanitário; impedir que as
instalações de saúde sejam usadas com fins militares e que nenhuma arma ou
pessoa armada entre em hospitais.
A organização pediu a todas as facções em disputa
na Síria que respeitem as instalações médicas e os pacientes, o que significa
evitar disparos e bombardeios, incursões armadas, intimidação de médicos, roubo
de ambulâncias e de materiais nos hospitais, e detenções ou sequestros de
feridos e doentes em tratamento.
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