Governador do
Ceará pede a Moro reforços contra ataques
Publicado em 17/01/2019 - 16:34
Por Jonas
Valente – Repórter agenciabrasil.ebc.com.br/
O governador do Ceará, Camilo Santana, pediu ao ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, o reforço do apoio dado pelo governo federal no
combate aos ataques promovidos por facções desde o início do mês no estado. A
ofensiva teria começado em reação à nomeação do secretário de Administração
Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, e às medidas anunciadas como a não
separação de presos em presídios por facção.
Santana solicitou mais 90 agentes penitenciários para as ações nos
presídios do estado, além da manutenção da Força Nacional e dos agentes
enviados pelo governo federal. No dia 4 de janeiro, o ministro da Justiça
enviou inicialmente 300 homens, efetivo que foi acrescido de outros 106 dois
dias depois.
“A gente foi fazer um diagnóstico da situação e solicitações de reforço
de agentes penitenciários para as unidades prisionais do Ceará e a necessidade
de manter, mesmo com a queda significativa das ações, o estado de alerta e
monitoramento tanto das forças do estado quanto como também a presença da Força
Nacional”, informou o governador do Ceará, após encontro com Moro.
Quanto ao prazo da presença da Força Nacional no estado, Santana disse
que não houve acerto para a prorrogação. A permanência inicial definida foi de
30 dias, cujo encerramento seria no início de fevereiro. De acordo com o
governador, a situação será avaliada até o fim desse período para ver se haverá
necessidade de prorrogação.
Medidas
Camilo Santana disse que os ataques diminuíram, citando como exemplo o
dia de ontem (16), quando foram registradas duas ocorrências. Contudo, a onda
chegou hoje ao 15o dia sem perspectiva de encerramento.
O governador defendeu as ações adotadas pelo governo estadual, como a
implantação da Lei de Execução Penal nas penitenciárias, a transferência de
líderes de facções para presídios federais, o policiamento ostensivo nas ruas e
o emprego de inteligência para evitar ataques. Santana adicionou a sanção da
lei da recompensa, a convocação de militares da reserva e o aumento do limite
de horas extras para oficiais e agentes.
Desafios
O governador reiterou que é preciso um esforço coordenado nacional, já
que “o crime ultrapassou a fronteira dos estados”. “Nenhum estado, sozinho, vai
combater o crime organizado. A criação do Sistema Único de Segurança Pública no
ano passado foi um passo importante. É preciso chamar o Poder Judiciário e
revisar algumas leis do país, como a Lei Antiterrorismo”.
Santana destacou também como desafio a atuação na prevenção, com
políticas públicas como na área de educação. “São jovens que estão matando e
estão morrendo, estão sendo aliciados pelo tráfico. Nenhum país do mundo
resolveu problema da segurança sem prevenção, sem dar oportunidade para
juventude”, acrescentou.
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Edição: Fernando Fraga
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