Ação de
latino-americanos na ONU quer promover o isolamento de Maduro
Brasil teme que movimento enfraqueça pressão sobre
a Venezuela
Publicado
em 05/09/2018 - 07:53
Por Renata
Giraldi – Repórter da Agência Brasil Brasília
Onze países que se reúnem no
Grupo de Lima (Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala,
Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru), encaminharam à Organização das
Nações Unidas (ONU) uma resolução em que condenam violações na Venezuela e
incentivam o isolamento do atual governo. O Brasil, entretanto, não
copatrocionou o documento.
Caso a resolução seja votada, o
Brasil votará a favor, uma vez que o governo brasileiro mantém seu “absoluto repúdio
à violação sistemática” de direitos humanos por parte do governo do presidente
Nicolás Maduro, como costumam repetir os negociadores brasileiros.
Os diplomatas que estão à frente
das negociações, no entanto, afirmam haver a preocupação de que a Venezuela
obtenha apoio junto aos países não alinhados, que englobam 115 nações entre
africanos e asiáticos, além da Rússia e outros, o que poderia levar à rejeição
da proposta.
Na visão brasileira, mesmo que
aprovada, se a resolução obtiver número expressivo de votos contrários, não
contribuirá para o reforço da pressão internacional contra o regime
venezuelano.
Grupo de Lima
O Grupo de Lima solicitou ao
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para iniciar as consultas para
discussão sobre o assunto na próxima semana.
O objetivo é que órgão promova
avaliações de denúncias e crimes envolvendo o governo venezuelano. Com uma
eventual aprovação no Conselho de Direitos Humanos, os países latino-americanos
esperam que, pressionado, Maduro se fragilize e fique cada vez mais no
isolamento.
A crise na Venezuela é tratada
com frequência nas sessões da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Os representantes do Brasil
costumam se manifestar, ressaltando casos de violações de direitos humanos,
situações específicas de desrespeito aos dissidentes políticos, a ausência de
liberdade de expressões, a falta de alimentos e o êxodo causado pelos
imigrantes na região.
Nesta resolução, por exemplo,
venceu a proposta sobre os problemas relativos à insegurança no país. Os brasileiros
defenderam dar prioridade à abordagem sobre violações de direitos humanos.
O texto tem 18 propostas, todas
já reiteradas em várias oportunidades com apoio do Brasil.
Do lado venezuelano, os
representantes de Maduro alegam que há um conluio organizado pelos Estados
Unidos e Colômbia para desestabilizar o país. Com apoio dos não alinhados, o
presidente da Venezuela promete reagir.
Edição: Kleber
Sampaio
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