A falácia sobre a prisão de canalhas
O STF deveria se auto dissolver para demonstrar sua força e responsabilidade,
tão envolvidos alguns dos seus ministros estão com os crimes cometidos por políticos,
seus patrões. Quando os vazamentos eram contra Lula e Dilma, tudo bem. Agora que
atingem seus comparsas, não pode. O MUNDO TEM QUE SE MANIFESTAR CONTRA O GOLPE
QUE A DEMOCRACIA ESTA SOFRENDO NO BRASIL NESTE MOMENTO
![]() |
Ratos planejando ataques ou saboreando comida |
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo
Tribunal Federal) pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-presidente da República José
Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
É a primeira vez que a PGR pede a prisão de um presidente do Congresso
e de um ex-presidente da República.
O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava
Jato no Supremo. No caso de Renan, Sarney e Jucá, a base para os pedidos de prisão
tem relação com as gravações
feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os
peemedebistas. As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações
do esquema de corrupção da Petrobras.
Os pedidos de prisão foram divulgados nesta terça-feira (7) pelo jornal
"O Globo" e confirmados pela Folha. Em relação a Sarney, o
pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão
de sua idade –86 anos.
Janot também pediu ao STF o afastamento de Renan da Presidência do Senado.
No diálogo gravado por Machado, Jucá chegou a falar em um pacto
que seria para barrar a Lava Jato. Doze
dias após a posse dele no Ministério do Planejamento, a Folha
revelou a gravação, e Jucá deixou o cargo voltando ao Senado.
Outro diálogo revelou que Renan chamou o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, de mau
caráter e disse que trabalhou para evitar a recondução dele para o comando
do Ministério Público, mas ficou isolado.
Em sua delação
premiada, o ex-presidente da Transpetro afirmou que pagou
ao menos R$ 70 milhões desviados de contratos da subsidiária da Petrobras
para líderes do PMDB no Senado.
A maior parte da propina teria sido entregue para o presidente do
Senado, sendo R$ 30 milhões. Renan é considerado o padrinho político de Machado
e principal responsável por dar sustentação a ele no cargo, que ocupou por mais
de dez anos.
O ex-presidente apontou ainda aos investigadores que Jucá e Sarney levaram
do esquema R$ 20 milhões cada um. Não há detalhes sobre como Machado teria
feito esses repasses, que foram desviados da empresa que é responsável pelo
transporte de combustível no país.
A colaboração traria ainda indicações de recursos para os senadores
Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
A delação de Machado já foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal)
e a Procuradoria-Geral da República avalia os depoimentos para as
investigações. Os depoimentos indicaram o caminho do dinheiro passado para os
peemedebistas.
Entre as suspeitas está a de que os peemedebistas teriam recebido parte
da propina em forma de doações eleitorais, para facilitar a vitória de um consórcio
de empresas em uma licitação para renovar a frota da Transpetro.
Diante das colocações do ex-presidente da Transpetro, a expectativa é
de que a Procuradoria ofereça as primeiras denúncias contra os integrantes da
cúpula do PMDB no Senado. Segundo pessoas próximas às investigações, os
depoimentos de Machado são um dos melhores entre as delações fechadas, porque
revela detalhes e não apenas indicações ou referências do que teria ouvido
sobre o esquema.
Machado fechou delação depois que as investigações contra ele e sua
família avançaram. Seus três filhos também colaboram com a Procuradoria.
Machado teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados pelo juiz Sergio Moro
CUNHA
Já o pedido de prisão de Cunha foi revelado pela TV Globo nesta manhã.
Segundo a Folha apurou, a Procuradoria avalia que a determinação
de suspender o peemedebista do mandato e da Presidência da Câmara não surtiram
efeito, sendo que ele continuaria tentando atrapalhar as investigações contra
ele na Justiça
e no Conselho
de Ética da Câmara, que discute sua cassação.
Há ainda relato de um integrante do conselho à Procuradoria de que
estaria sendo ameaçado pelo grupo de Cunha.
Cunha foi suspenso
do mandato no dia 5 de maio, por decisão unânime do Supremo. Ele já é réu
na Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além de ser
alvo de uma denúncia por conta secreta na Suíça, além de outros quatro
procedimentos que apuram o uso do mandato para beneficiar aliados e ainda
suposto desvios na obra do Porto Maravilha. Um outro pedido de abertura de
inquérito segue em sigilo.
Sem ligação com os desvios na Petrobras, o STF também abriu um inquérito
para apurar se o peemedebista foi beneficiado por esquema de corrupção em
Furnas.
OUTRO LADO
O advogado do senador Romero Jucá, Antonio Carlos de Almeida Castro, o
Kakay, afirmou
que "prefere dizer que não acredita" no pedido de prisão de seu
cliente.
"Pelo que eu vi, pelo que eu soube, não havia nada que
justificasse uma medida como essa", disse o defensor. Kakay reconheceu,
porém, que ainda não teve acesso aos autos da investigação. "Estamos
pedindo acesso desde sexta-feira, sem sucesso."
Em nota, Renan reafirmou
que não praticou nenhum "ato concreto que pudesse ser interpretado como
suposta tentativa de obstrução à Justiça" porque "nunca agiu, nem
agiria, para evitar a aplicação da lei", e considerou a iniciativa da PGR
"desarrazoada, desproporcional e abusiva".
O peemedebista disse ainda que não teve acesso aos fundamentos que embasaram
os pedidos de prisão e fez uma crítica ao Ministério Público ao dizer que as
"instituições devem guardar seus limites".
"Por essas razões, o presidente considera tal iniciativa, com o devido
respeito, desarrazoada, desproporcional e abusiva. Todas as instituições estão
sujeitas ao sistema de freios e contrapesos e, portanto, ao controle de legalidade.
O Senado Federal tem se comportado com a isenção que a crise exige e atento à
estabilidade institucional do país. A nação passa por um período delicado de
sua história, que impõe a todos, especialmente aos homens públicos, serenidade,
equilíbrio, bom senso, responsabilidade e, sobretudo, respeito à Constituição
Federal", escreveu.
Em nota divulgada pela sua assessoria, Cunha informou que não tomou ciência
do conteúdo do pedido de Janot, mas declarou: "Vejo com estranheza esse
absurdo pedido, e divulgado no momento da votação no Conselho de Ética, visando
a constranger parlamentares que defendem a minha absolvição e buscando
influenciar no seu resultado".
Já Sarney afirmou estar
"perplexo, indignado e revoltado" com o pedido de sua prisão.
Em nota, o peemedebista afirmou que, por ter dedicado 60 anos de vida
pública ao país e à defesa do Estado de Direito, julgou que "tivesse o respeito
de autoridades do porte do procurador-geral da República".
Nenhum comentário:
Postar um comentário