Dilma
embarca para assembleia da ONU sem anunciar reforma ministerial
- 24/09/2015 18h31
- Brasília
Paulo
Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Após quatro dias de intensas negociações, a
presidenta Dilma Rousseff ainda não conseguiu fechar o quebra-cabeça da reforma
ministerial. As dez pastas que serão extintas e os nomes que vão compor o novo
ministério só serão anunciados semana que vem, quando a presidenta retornar dos
Estados Unidos. Apesar de conversar com diversos partidos, o desenho da reforma
ainda não agradou a todos da base alidada.
Presidenta Dilma Rousseff embarca à noite para os
Estados Unidos, onde participará da Cúpula das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável Arquivo/Wilson Dias/Agência Brasil.
Daqui a pouco, Dilma deixará o Palácio da Alvorada
em direção à Base Aérea de Brasília. Ela embarca à noite para Nova York, onde
participará da Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável e
da Assembleia-Geral da ONU. Na semana passada, a presidenta informou que
anunciaria a reforma até essa quarta-feira (23), antes de viajar para os
Estados Unidos.
De acordo com nota divulgada pelo Palácio do
Planalto, Dilma mantém "proveitoso diálogo" com os partidos para
realizar uma reforma que "amplie a eficiência" e a "boa gestão
dos recursos públicos, bem como assegure a estabilidade política e econômica do
Brasil". O comunicado diz ainda que o adiamento da reforma se deve a
pedido feito por alguns partidos que integram a base aliada "para que mais
consultas possam ser realizadas".
Hoje (24), ela voltou a conversar com o
vice-presidente Michel Temer, que também é presidente nacional do PMDB. O
partido é o principal aliado do PT na coalizão presidencial e atualmente tem
correligionários ocupando seis pastas.
Em mais uma manhã de negociações para a reforma que
objetiva a redução do número de ministérios, a presidenta Dilma Rousseff
recebeu, no Palácio da Alvorada, o vice-presidente Michel Temer e ministros de
pastas sociais, entre eles os das secretarias de Direitos Humanos (Pepe Vargas),
Geral da Presidência da República (Miguel Rossetto), de Promoção da Igualdade
Racial (Nilma Gomes) e de Políticas para Mulheres (Eleonora Menicucci).
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que
vem participando das articulações políticas do governo, chegou ao Palácio da
Alvorada no final da manhã.
Para a nova composição, Temer foi consultado, mas
preferiu não indicar nomes, tarefa que coube às lideranças do partido na Câmara
e no Senado. A definição da quota da legenda ainda não foi fechada.
À tarde, Dilma se reuniu com o ministro-chefe da
Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, com o líder do
PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), e com os ministros da Saúde
(Arthur Chioro), do Planejamento, Orçamento e Gestão (Nelson Barbosa), das
Cidades (Gilberto Kassab) e da Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Guilherme
Afif Domingos.
No esqueleto que está sendo montado, a presidenta
pretende juntar diferentes secretarias em um único ministério, como as pastas
de Direitos Humanos e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Além disso, alguns ministérios serão fundidos, como
Trabalho e Previdência Social, e outros perderão o status, como
Advocacia-Geral da União, Gabinete de Segurança Institucional e Secretaria de
Assuntos Estratégicos.
Ontem, Dilma recebeu líderes de partidos que
compõem a base. Ela se encontrou com Temer e parte da cúpula do PMDB pela
manhã. Em seguida, almoçou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
ministros petistas no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Lula aconselhou Dilma a não anunciar a reforma
antes de ouvir ainda mais as lideranças políticas e também movimentos sociais.
Também estiveram no Alvorada o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e os
ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e do Turismo,
Henrique Eduardo Alves.
Edição: Armando
Cardoso
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